Pegadas na areia...
Pois é, o Pessimista esteve fora... (Os pessimistas estão sempre fora...) Desta vez, foi ao deserto e invejou esses seres magníficos a que uns inconscientes chamam camelos. Um pessimista no deserto nem a camelo chega!
Mas há mais. O Pessimista esteve de retiro. Sim, um «retiro espiritual», assim «tipo religioso» . Uma espécie de Quaresma fora de tempo. Descobriu a Bíblia. E nela um precioso «Manual do Pessimista», da mão do Grão-Mestre Qohélet. Vale a pena partilhar algumas dessas palavras de sabedoria, meditadas longamente... Ora oiçam, linha a linha e contenham a respiração:
«Ilusão das ilusões - disse Qohélet - ilusão das ilusões: tudo é ilusão.E digam lá se isto não é «palavra de Deus»!... «Convertam-se!»
Que proveito pode tirar o homem de todo o esforço que faz debaixo do Sol?
Uma geração passa, outra vem; e a terra permanece sempre.
O Sol nasce e o Sol põe-se e visa o ponto donde volta a despontar.
O vento vai em direcção ao sul, depois ruma ao norte;
e gira, torna a girar e passa,
e recomeça as suas idas e vindas.
Todos os rios correm para o mar, e o mar não se enche.
Para onde sempre correram, continuam os rios a correr.
Todas as palavras estão gastas, o homem não consegue já dizê-las.
A vista não se sacia com o que vê, nem o ouvido se contenta com o que ouve.
Aquilo que foi é aquilo que será; aquilo que foi feito, há-de voltar a fazer-se: e nada há de novo debaixo do Sol!»
(Eclesiastes 1, 2-9).
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